Arrancou ontem, na Cidade do Cabo, África do Sul, a maior feira de minas em África, onde líderes africanos e empresários defenderam uma mudança de paradigma na exploração dos recursos.
É manhã de segunda-feira, 05 de Fevereiro. Uma multidão caminha a passos apressados em direcção ao pátio do Centro de Convenções da Cidade do Cabo, na África do Sul, onde outros homens e mulheres já aguardam pelo acesso à 30.ª edição do Investing in African Mining Indaba.
Uns ansiosos, outros mais descontraídos, empunhando um copo descartável de café ou uma garrafa de água, enquanto privam conversa com companheiros ou outros participantes do evento que registou, no seu primeiro dia, 11.000 pessoas provenientes de 126 países.
É a maior feira do sector mineiro em África e reúne, além de governantes, os maiores operadores do mundo. Angola está representada, a nível governamental, pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino de Azevedo. Em declarações à imprensa, afirmou que o país traz ao Mining Indaba 2024 um quadro geral “das áreas disponíveis e oportunidades de negócio” para atrair investimentos.
A primeira parte do evento teve lugar no “palco governamental”, onde o ministro sul-africanos dos Recursos Minerais e Energia, Gwede Mantashe, defende cooperação entre os países africanos para desenvolver o sector mineiro de forma sustentável, garantindo, essencialmente, o desenvolvimento das comunidades, muitas delas ainda carentes electricidade, apesar do potencial mineiro do continente. Aliás, segundo um relatório recente da PwC, intitulado “Africa Energy Review 2023”, o acesso à electricidade em África enfrenta um sério desafio, especialmente na África Subsariana, onde aproximadamente metade da população não tem electricidade.
No geral, os líderes africanos defenderam uma mudança de paradigma, “sendo que África não pode continuar a ser mera exportadora de recursos mineirais”, mas sim garantir que se crie um legado “de crescimento sustentável e desenvolvimento das comunidades”, sem deixar de impactar as tendências da indústria mineira internacional. “A hora de agir é agora”, disse o ministro sul-africano dos Recursos Minerais e Energia.
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Fonte: Economia & Mercado